Até a próxima postagem. Fui!
Ah! A literatura
A literatura não só cria um mundo
fictício como a ficção às vezes invade a realidade e interfere na paisagem. Por
exemplo: Romeu e Julieta nunca existiram, o que não impede que milhares de
turistas cheguem a Verona todos os anos para ver o balcão da casa dos
Capuletos, de onde os trágicos amantes de Shakespeare viam a madrugada chegando
nas pontas dos pés sobre a bruma das montanhas. Eram tantos turistas com o
mesmo objetivo que a prefeitura de Verona decidiu satisfazê-los. Hoje existem a
casa e o balcão, sempre com uma multidão na frente...
O ensaísta italiano Roberto
Calasso conta no seu livro Os Quarenta e Nove Degraus que Hannah Artendt
procurou em vão pela sepultura de Benjamim no cemitério de Port Bou, que
descreveu como um dos mais belos que já conhecera. Hoje, como o balcão de Romeu
e Julieta, a sepultura existe. O interesse de turistas e peregrinos como Arent
era tão grande que o cemitério providenciou uma com o nome dele. O lugar é
bonito diz Calasso, mas “a sepultura é apócrifa”. Ninguém sabe onde Benjamin
está enterrado.
Trecho de matéria de Luiz Fernando Veríssimo, da sua coluna
no Estadão, aos domingos.
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