100face
Um toque
O site é, no mínimo,
inusitado, principalmente para aqueles um tanto distantes do Facebook, esse
fenômeno da rede social, um fantástico comunicador, para o bem, para o mau e
principalmente, para o fútil e o supérfluo: seu criador, um certo Felipe
Teobaldo propõe aos viciados uma trégua de 100 dias longe do Face, numa
tentativa de desintoxicar ou curar o vício que domina comportamentos e invade
mentes.
Ele identifica as situações
mais incríveis como pessoas que acordam de madrugada apavoradas porque ficaram
algumas horas sem se conectar ou que não conseguem mais fazer sequer uma
refeição sem estar plugado. Aliás, psicanalistas têm alertado para o fato dos
jovens passarem a se considerar nada fora dele a ponto da neura de se acharem
inexistentes. Eis porque o perfil de pessoas muito ligadas é justamente de
gente solitária e sem atividades de realce que preencham suas vidas.
Resta saber se o Teobaldo
está conseguindo adeptos para a proposta de abstinência.
Por que você resolveu sair do Facebook? A gente passa o dia todo on-line e nem percebe que pode estar viciado. Eu queria saber como seria minha vida sem isso.
E como é? Um inferno, pelo menos no começo. Você vê pelos comentários das pessoas que estão no 100Face. Parecem com os de grupos de recuperação, de gente que está sem usar uma droga. São sobre dependência, abstinência e recaída.
Você se considerava viciado em Facebook? Claro. Eu acordava e já ligava o computador. Era a mesma coisa quando chegava ao trabalho e quando voltava para casa. Uma vez, conversei pelo Face com um amigo que estava ao meu lado no sofá.
O que os seus amigos acharam da ideia de você se desconectar? Muitos não curtiram. Alguns dizem que eu sumi. Mas eu continuo no mesmo lugar, só não estou no Facebook. Às vezes, parece que eu não existo mais. Antes, toda sexta-feira eu recebia cinco convites para festas. Hoje, sou eu que tenho de telefonar para agitar alguma coisa.
Quantas das pessoas que começaram no 100Face ainda estão no projeto? Começamos com 100 pessoas. Agora somos sessenta. Muitos não conseguiram passar da primeira semana. Eu mesmo me vigio para não ter uma recaída.
Sua vida melhorou sem o Face? Leio mais livros e notícias que antes. Quando vou a um show, aproveito mais, porque não me preocupo em ficar contando que estou lá. Ah, e ganhei tempo para fazer a decoração de casa. Meu apartamento só tinha um colchão e uma prateleira. Agora está lindo.
Até a próxima postagem. Fui!
Redes sociais
Jovem conta como é ficar 100 dias sem acessar o Facebook
O criador do site 100Face afirma que a a experiência é "um inferno"
Fabricio Lobel
Felipe: "Parece que eu não existo mais"
(Lailson Santos)
E como é? Um inferno, pelo menos no começo. Você vê pelos comentários das pessoas que estão no 100Face. Parecem com os de grupos de recuperação, de gente que está sem usar uma droga. São sobre dependência, abstinência e recaída.
Você se considerava viciado em Facebook? Claro. Eu acordava e já ligava o computador. Era a mesma coisa quando chegava ao trabalho e quando voltava para casa. Uma vez, conversei pelo Face com um amigo que estava ao meu lado no sofá.
O que os seus amigos acharam da ideia de você se desconectar? Muitos não curtiram. Alguns dizem que eu sumi. Mas eu continuo no mesmo lugar, só não estou no Facebook. Às vezes, parece que eu não existo mais. Antes, toda sexta-feira eu recebia cinco convites para festas. Hoje, sou eu que tenho de telefonar para agitar alguma coisa.
Quantas das pessoas que começaram no 100Face ainda estão no projeto? Começamos com 100 pessoas. Agora somos sessenta. Muitos não conseguiram passar da primeira semana. Eu mesmo me vigio para não ter uma recaída.
Sua vida melhorou sem o Face? Leio mais livros e notícias que antes. Quando vou a um show, aproveito mais, porque não me preocupo em ficar contando que estou lá. Ah, e ganhei tempo para fazer a decoração de casa. Meu apartamento só tinha um colchão e uma prateleira. Agora está lindo.
Até a próxima postagem. Fui!
Comentários
Postar um comentário