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Altar da igreja matriz São José de Cerquilho 

Até de repente. Fui!

Para o que serve o dinheiro?
O dinheiro serve justamente para que as pessoas possam desempenhar funções bonitas e dignas muito além da compra, da satisfação pessoal e mesmo da independência econômica, ainda que isso seja da maior importância.
O bom de ter dinheiro, de possuir uma folga financeira ultrapassando a vital sobrevivência e a cobertura das necessidades básicas é, além dos prazeres, das viagens e das extravagâncias sem culpa, poder praticar atitudes generosas, solidárias e elegantes.
Como poder proporcionar o melhor aos amigos, convidando-os para uma festa ou qualquer outro programa de lazer ou ajudar a quem precisa nas horas complicadas de suas noites escuras. Ou contribuir para a benemerência, quer com um patrocínio, quer com a colaboração direta, alegrando a existência daqueles para quem tão pouco representa tanto, muitas vezes, o essencial.
Há muitas atitudes elegantes que podem ser exercidas com o dinheiro, ainda que muitos milionários as desconheçam. Há  pessoas que, ao perceber que um amigo não poderia pagar o convite para uma festa, ofereceu-lhe, alegando que ela lhe faria um favor se a acompanhasse para não ir sozinha, ou pagar a mensalidade de um curso para alguém muito interessado em fazê-lo e sem condições, sem que a outra soubesse e exigindo sigilo.
Há muitas coisas bonitas e boas que se pode fazer com o dinheiro, aliás, é para isso que ele vale, essa é a nobreza de sua função, o que já dizia Adam Smith, o pai da economia em suas ilações filosóficas.
De que adianta ser rico e viver emocionalmente como um
mesquinho, como tanto se vê? Preso aos valores materiais, apavorado em perder as migalhas, atormentado caso uma aplicação caia, um título sofra uma desvalorização, incapaz de um gesto generoso, de uma postura ampla, até mesmo de uma pequena gentileza que implique em gastar 50 ou 100 reais, o que não lhe faria a menor falta?
Ou melhor, faria sim, caso contrário não seria mesquinho,
avarento, miserável. Prestando-se a papéis melancólicos em nome do vil metal, muitas vezes sendo ridicularizado por isso.
São aqueles que pensam que têm visto de permanência por aqui, que ainda não entenderam que estamos de passagem.
Depois, seguimos para onde o dinheiro não tem qualquer função.  

Luiz Alca de Sant’ Anna.
Este texto, foi escrito pelo Luiz Alca de Sant’ Anna (hoje falecido) e adaptado por mim e publicado no Jornal A Tribuna de Santos, cuja data, não anotei.

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