Holofote para gente descolada daqui, dali e de acolá:


Roberto Grecchi e familiares. Roberto é que está encantando a todos, com suas lembranças de uma Cerquilho antiga. É impressionante a lucidez deste cerquilhense. Quem o acompanha pelo facebook sabe muito bem do que estou falando. Parabéns Roberto!






Fim

























































Até a próxima postagem. Fui!

Crônica a uma cidade bem nascida.

por Roberto Grecchi



Contribuir com o saudosismo que neste momento aflora nos cidadãos Cerquilhenses, que viveram o nascimento e pelo menos parte da juventude de sua cidade natal, é uma obrigação prazerosa. Por esta razão escrevo este punhado de lembranças, que certamente irão aguçar outras mentes que compartilharam as mesmas épocas e experiências. Falar de Cerquilho, que foi guindada a município, em dezembro de 1948, é relativamente fácil, para quem, como eu, viveu e curtiu cada ano, dos 20 lá vividos. Uma experiência inesquecível.
Cerquilho, da rua de baixo e da rua de cima. Cerquilho da importante Estação da Sorocabana e do ramal até Tietê, na época, cidade muito mais importante. Estação onde a família do Ângelo Lorenzetti vendia salgados. Onde vivenciamos acidentes fatais com empregados da Sorocabana, quando faziam manutenção na rede elétrica. E não poderia deixar de falar da Estação, sem mencionar a fatídica explosão de vagões com explosivos, que ceifou vidas, que destruiu casas e que marcou vidas com queimaduras.
Do primeiro prefeito “Tita Souto”, que instalou a rede de águas na cidade, a começar pela rua de cima. Do cartório, também do “Seu Tita Souto” e da Coletoria Estadual, junto ao cinema, que só funcionava alguns poucos dias, quando chegava, de trem, as caixas metálicas com as fitas.
Cidade de comércios simples como os bares, como o Bar do Arlindo Campana, do Luvisotto (depois do Dinho), do Zé Grechi, do Soldera, da Amélia Bonventi, dos bares com boxes do Bachim e do Luvizotto...,
Das padarias do Urso, do Gaiotto, da família Albino. Dos armazéns dos velhos Bertola, Bertanha,  Módolo, Bertola, Gazabim. Dos postos de gasolina dos Lorenzetti, Garcia e do “Careca”. Das sapatarias do Kringer, do Santo De nadai, do Adib Ganen e  do  Búfalo.
Das farmácias do Gaiotto, do velho Reginato, do Zito . As barbearias do Lelinho e do ???? Das lojas de armarinhos e tecidos da família Marcon, em particular do Darci, da Dna. Augusta Amorim, do Abib Ganen, da Dna. Margarida Salvador, da família Minucci.
Das fabricas da Família Moretti, da família De Nadai, da família Salvador, da família Ganem. Da Serraria da família Gaiotto, do caminhão GMC do  Eduardo Gaiotto. Dos ônibus e jardineiras do Abel e em particular do “Jacaré” e o cobrador “baixinho”.
Do laboratório fotográfico do Boni, onde também eram vendidas peças de bicicletas, da agência dos Correios do velho Sanson. Dos açougues da família Gaiotto, do “Pino Urso”
Da velha Igreja de São Benedito, demolida em pról do progresso. Do serralheiro “Bepe Gaiotto” e do Schudeler. Das alfaiaterias dos Navarros e do Santo De Nadai. Do médico Dr. Vinícius. Do Posto de Saúde. Dos dentistas Pedro Thomé, .... Gaiotto.
D antiga Prefeitura e Cãmara Municipal, com as brigas partidárias entre os fãs do Janio Quadros e Adhemar de Barros.
Da charrete do Momi (Jerônico Laner) que levava as refeições dos empregados da Usina de Açúcar da família Pilon. Da carrocinha do Urso, com miúdos de boi do velho matador e verduras de sua produção domiciliar.
De poucos divertimentos como os bailes de Carnaval na oficina mecânica do Pedrinho Lorenzetti ou do Posto do Careca. Do Centro Estudantil que funcionou algum tempo no sobrado velho Amorim. Das pescarias no Rio Sorocaba e dos banhos de rio na Aliança e na fazenda do Afonso Gaiotto. Do São José Futebol Clube, do campo cercado por grade de madeira (canela), de onde torcedores tiraram armas para se degradiar grotescamente em partida de futebol. De jogadores como Doraci Urso, Demá Grechi, Carlinho Urso, Helio Urso, Valdo Gaiotto, Picolé. Do massagista e roupeiro (pai do Carlinho/Helio) Urso.
Das festas dos Santos Padroeiros dos bairros de São Pedro, Hungria, Anísio, Barreiro Rico, Mato Dentro e das quermesses em palizados ao lado da igreja demolida e em frente à nova igreja matriz. Da concorrida procissão do Senhor Morto acompanhada pela banda Municipal. Dos calorosos leilões de frango com rosca, muito bem conduzidos pelo Moacir Modanezi, e que às vezes terminavam em brigas de poder memoráveis entre o Mario Pilon e adversários.
Das árvores frondosas em frente ao Bar do Arlindo e Prefeitura, cheias de “lacerdinhas”.

E depois destas inciativas pioneiras, que exigiu muito sacrifícios de todos estes citados e dos esquecidos, Cerquilho ganhou importância e hoje já é conhecida em todo o estado. Como era difícil falar que nasceu em Cerquilho!



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