Gente descolada daqui, dali e de acolá:





















































 Praça da Matriz, bem no centro da cidade.




CASIMIRO DE ABREU

Casimiro de Abreu - Na minha terra, no bulir do mato, A juriti suspira; E como o arrulhos dos gentis amores, São os meus cantos de secretas dores. No chorar da lira. De tarde a pomba vem gemer sentida.  À beira do caminho; — Talvez perdida na floresta ingente — A triste geme nessa voz plangente. Saudades do seu ninho. Sou como a pomba e como as vozes dela.  É triste o meu cantar; — Flor dos trópicos — cá na Europa fria Eu definho, chorando noite e dia Saudades do meu lar. A juriti suspira sobre as folhas secas.   Seu canto de saudade; Hino de angústia, férvido lamento, Um poema de amor e sentimento, Um grito d’orfandade! Depois... o caçador chega cantando. À pomba faz o tiro... A bala acerta e ela cai de bruços, E a voz lhe morre nos gentis soluços, No final suspiro. E como o caçador, a morte em breve Levar-me-á consigo; E descuidado, no sorrir da vida, irei sozinho, a voz desfalecida, Dormir no meu jazigo. E — morta — a pomba nunca mais suspira À beira do caminho; E como a juriti, — longe dos lares — Nunca mais chorarei nos meus cantares Saudades do meu ninho!

Casimiro de Abreu



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