Gente que brilha daqui, dali e de acolá:



Paineira, bem no começo da avenida Dr. Vinício Gagliardi, área central da cidade.















































Praça central da cidade 

Até a próxima postagem. Fui! 

Texto surrupiado na internet:


Meu pai era um homem muito atraente, dizem. Era uma mistura de Richard Gere com José Wilker nos anos 80. O José Wilker já foi bonito. Hoje, ele se parece com uma versão Paulo Goulart com muita ressaca. Muita. Meu pai foi se destruindo em anos de bebedeira. Pra falar a verdade, não me lembro dele sóbrio totalmente. Ou estava de pileque, ou completamente tonto, ou tentando curar a ressaca com um golinho. Além de acabar com a saúde, ele também dizimou com sua família inicial. A que eu fazia parte. Meus pais se separaram há 20 anos. Ele nunca disse nada que me fizesse admirá-lo além do fato de ter me dado a vida. A ele, por isso, por ter nascido saudável e não ter passado por necessidades básicas, eu agradeço. Mas gostar dele, sentir falta, querer ouvir sua voz, isso não acontece. Nós nunca tivemos um papo onde eu pudesse falar quem eu realmente era e pudesse descobrir quem ele era. Meu pai, hoje casado e com outra família e filhos, é só o ex-marido da minha mãe. Acho uma lástima. Tento não ter motivos para odiá-lo, e não os tenho. Mas isso me espanta tanto quanto me cansa e eu não consigo encontrar razões, além das que evitariam dores na consciência, para amá-lo. Eu tinha mais que necessidades básicas.


Dia desses, um velho amigo de infância veio me visitar. A primeira coisa que ele disse foi que eu estava muito parecido com meu pai. Aquilo mexeu comigo. De vez em quando, eu me pego me encarando no espelho. Tento encontrar em mim as semelhanças. E se as encontro, eu me sinto estranho. É como se cada traço familiar também fosse cada fantasma familiar. Talvez seria bacana se eu me parecesse com alguém que já foi semelhante ao Richard Gere. Mas se o Richard fosse um pai ausente que vivesse bêbado, eu acho que nem a Julia Roberts o perdoaria naqueles 10 minutos finais de seus filmes, onde tudo termina bem, as coisas se esclarecem e todos são felizes para sempre. Ser feliz talvez fosse pedir demais, só gostaria de não duvidar que meu pai gostava de mim e dos meus irmãos e que apenas tinha dificuldade para demonstrar isso. "Dias dos Pais" e Natal são datas comerciais, eu sei. Mas é chato ligar para o seu pai no dia do seu aniversário e ter uma conversa menos animada do que com um atendente de telemarketing.


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