Até a próxima postagem. Fui!
Ah! Quem tem filho não deveria chefiá-lo como se fosse um
soldado de chumbo. Teria que lhe dar certa autonomia para que pudesse escolher
livremente o clube de futebol, procurar os seus livros, opinar à mesa, sem que
essa aparência de liberdade fosse além dos limites. Não deveria deixa-lo que
parecesse um ditador, e muito menos um escravo. Os meninos mandões e os meninos
passivos são duas deformações desagradáveis.
O mestre verdadeiro não é o que faz o discípulo à sua
imagem, mas o que sabe conservar no discípulo a personalidade que ele tem. Se
há, então, um desvio patológico aí entra mais o médico, que é, no caso, um
auxiliar precioso da Natureza, nas corrigendas e curas que opera.
Se me viesse um filho pedir livros para ler eu lhe indicaria
os livros de aventura, como os de Robert-Louis Stevenson, livros que carregam
nas suas narrativas o que há de melhor na natureza humana: a coragem de
superar, pelo arrojo, pela vontade de viver, o que é a mesquinharia do
cotidiano. E lhe entregaria o D. Quixote e lhe diria: ‘Meu filho, este herói
não queria descobrir uma mina de ouro, nem conquistar uma cidade: apenas
almejava o direito de sonhar acordado. Você há de achar graça no descompassado
de suas maneiras. Pode rir D. Quixote. Não faz mal. O ridículo do herói faz
parte das loucuras fecundas da Humanidade’. Texto surrupiado do “Manual de
Redação” de Rocha Lima e Raimundo Barbadinho Neto.
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