30 anos de magistério, em Cerquilho

30 anos de Magistério


A confraternização para comemorar a aposentadoria das professoras Martinha Modanezi, Maria Hele Massarico, Rosa Pescantini, Rosa Scudeler Grando, Mariana Bellucci Montanhin e Bernadete Delfino Cattai aconteceu na sede do Lions Clube de Cerquilho.
Foram convidadas todas as professoras de Ensino Infantil Municipal e todos que fizeram parte da equipe da época.
Parabéns de todo cerquilhense à essas professoras que comemoraram 30 anos de dedicação ao Ensino Municipal Infantil. Umas guerreiras!
Confira algumas tomadas:






















"Verdades da Profissão de Professor

Ninguém nega o valor da educação e que um bom professor é imprescindível. Mas, ainda que desejem bons professores para seus filhos, poucos pais desejam que seus filhos sejam professores. Isso nos mostra o reconhecimento que o trabalho de educar é duro, difícil e necessário, mas que permitimos que esses profissionais continuem sendo desvalorizados. Apesar de mal remunerados, com baixo prestígio social e responsabilizados pelo fracasso da educação, grande parte resiste e continua apaixonada pelo seu trabalho.
A data é um convite para que todos, pais, alunos, sociedade, repensemos nossos papéis e nossas atitudes, pois com elas demonstramos o compromisso com a educação que queremos. Aos professores, fica o convite para que não descuidem de sua missão de educar, nem desanimem diante dos desafios, nem deixem de educar as pessoas para serem “águias” e não apenas uma avezinha. Pois, se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda".

Paulo Freire
Até a próxima postagem. Fui!





Ah! A MULHER NO MAGISTÉRIO BRASILEIRO: UM HISTÓRICO SOBRE A FEMINIZAÇÃO DO MAGISTÉRIO Amanda Oliveira Rabelo1 António Maria Martins Universidade de Aveiro RESUMO
Este artigo tem como objetivo principal realizar um histórico de como o magistério se tornou um “gueto” profissional feminino (é só observar as fotos). Vale a pena lembrar que o mesmo foi inicialmente uma profissão masculina, onde somente os homens estudavam e ensinavam. Portanto, estudaremos como a mulher passou a se dedicar a esta área e como esta passou a ser vista como uma profissão feminina por excelência, inclusive associando-a à necessidade de qualidades “femininas” como, por exemplo, a maternidade e sensibilidade. Analisaremos também como esta área passou a se desvalorizar a partir da inserção feminina e como as separações e discriminações efetuadas com base nas relações de gênero se arraigaram na instituição escolar (baseadas nas condições sociais que a mulher tinha na sociedade). Quando a mulher entra no mercado de trabalho, a noção de que ela deve ser controlada está implícita nas atividades que ela exerce e que sempre exerceu na sociedade (as tarefas domésticas e sua submissão ao homem), assim, mudar as relações excludentes de gênero não dependia somente da aceitação da mulher como docente. É importante destacar que é através do magistério (hoje considerado um trabalho feminino, por excelência) que a mulher brasileira pôde abrir caminho ao exercício profissional, pois esta passou a ser uma das primeiras atividades profissionais dignas à mulher e que possibilitavam conciliar com as atividades domésticas. Mas o controle e a administração do ensino continuava sob gerência masculina. Por mais que a educação tenha passado por algumas mudanças na prática escolar, a feminização do magistério continua se perpetuando mais e mais, desvalorizando o papel da mulher docente ano após ano. E o homem continuou se distanciando das salas de aulas infantis. Percebe-se como a escolha profissional acaba sendo influenciada pelas representações existentes na sociedade, que têm suas bases na história da feminização do magistério, que divulga que as profissões consideradas movidas pela “emoção” seriam próprias das mulheres e as ligadas à “inteligência” seriam patrimônio exclusivo dos homens. Por fim, percebe-se como as mulheres acabam sendo influenciadas por receber essas representações e agem de acordo com elas. Os meandros da escolha profissional docente, as influências que as mesmas sofreram, a visão dos atributos que a mulher teria para o magistério, são questões que devem ser pesquisadas para que haja uma tentativa de escolha profissional por uma “paixão”, mas que esteja atrelada à luta por uma educação melhor e não à simples aceitação de uma condição imposta socialmente. A mulher não deve deixar de ter amor pela profissão, porém um amor que não seja “cego”, quer dizer, que não a impeça de ver as imposições sociais para que ela se submeta, que não lute. Investir na educação é lutar pelo possível, pela mudança dessa educação que cada vez mais quer cada um no seu “devido lugar”, estagnado e obediente. É necessário que a subjetivação que a sociedade exerce sobre a mulher não seja maior do que seus impulsos pessoais e a vontade de lutar por ideais. Afinal, não há coisa melhor do que fazer do seu ofício um prazer e um modo de batalhar pelo que se deseja. 

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