Até a próxima postagem. Fui!
Ah!
Na minha terra, no bulir do mato, A juriti suspira; E como o arrulo
dos gentis amores, São os meus cantos de secretas dores No chorar da lira. De
tarde a pomba vem gemer sentida À beira do caminho; — Talvez perdida na floresta
ingente — A triste geme nessa voz plangente Saudades do seu ninho. Sou como a
pomba e como as vozes dela É triste o meu cantar; — Flor dos trópicos — cá na
Europa fria Eu definho, chorando noite e dia Saudades do meu lar. A juriti
suspira sobre as folhas secas Seu canto de saudade; Hino de angústia, férvido
lamento, Um poema de amor e sentimento, Um grito d’orfandade! Depois... o
caçador chega cantando. À pomba faz o tiro... A bala acerta e ela cai de
bruços, E a voz lhe morre nos gentis soluços, No final suspiro. E como o
caçador, a morte em
breve Levar-me -á consigo; E descuidado, no sorrir da vida,
Irei sozinho, a voz desfalecida, Dormir no meu jazigo. E — morta — a pomba
nunca mais suspira À beira do caminho; E como a juriti, — longe dos lares — Nunca
mais chorarei nos meus cantares Saudades do meu ninho!
Casimiro
de Abreu
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