Ataque nostálgico
O tempo não para. Corre. Quando nos damos conta, o presente já
ficou no passado (pronto, já passou!). Os anos passam e os momentos da
infância, do tempo que era criança e que tudo parecia mais fácil, ficam apenas
na memória. E, para recordar, nada melhor do que lembrar cenas vividas da época
das famílias numerosas em que os pais cobravam da filharada tarefas que
fazíamos bronqueados, mas, fazia. Pois bem, vamos lá, matar a saudade é sempre
bom: Pra começar somente quem usou uniforme azul-e-branco com listinha no bolso
indicando em que ano estava na escola foi até o armazém marcar na caderneta à
mão e a lápis pediu:
2 barras de sabão em pedra, 1 caixa de anil, 1 palha de aço, 1
saquinho de Bombril, 1 lata de Parquetina, Pinho sol, latinha de neocide, garrafa
de álcool , caixa de fósforos, pacote de vela, lampião, lamparina, querosene,..
Duvido que alguém com as canelas machucadas que não foi
“medicado” e amarrado com pano branco alvejado.
Quem é que não subiu e desceu barranco para ver o trem passar.
Quem é que não tem saudade do circo Robatini, do Piranha, do globo-da-morte,
trapezistas, malabaristas, mágicos, palhaços, cachorros de sainha, da peça de teatro
“Coração Materno” (quantas lágrimas) ..
Bem... Quem não mergulhou no riacho para passar debaixo das
pernas dos outros só pra fazer borbulha, arrebentou cupim para ver o que tinha
dentro, matou passarinho e coelho com estilingue (hoje, nem pensar), quem não foi
picado por abelha e ficou com a cara inchada, teve sarampo, catapora, caxumba,
pegou sarna, correu de boi brabo, contou estrelas e ficou com verrugas nos
dedos, se pendurou em carroceria de caminhão, fumou cigarro de chuchu, apanhou
bicho de pé, armou arapuca no mato, jogou futebol com bola de meia, que não
mordeu a hóstia com medo de sair sangue da boca, fez flautinha de bambu, quem
nunca contou debaixo d’água para ver por quanto tempo aguentava sem respirar, Quem
é que não subiu e desceu barranco para ver o trem passar, quem não colocou o
ouvido no trilho para ouvir o ruído das rodas, quem não fez banana, mostrou a língua e fez careta para os
passageiros, não chupou bala de banana, jogou bolinha de gude, rodou pião na fieira...
Um pouco mais pra frente. Em meados de 70 até 80 e pouco, não
era nada difícil ver bandos, logo após a chuva sair pelos pastos à procura de
cogumelos florescendo em m... de vaca para preparar a cabocla infusão alucinógena.
Bem vamos parando por aqui porque as
lembranças machucam e os olhos vão marejando, marejando...
.
Até a próxima postagem Fui!
Comentários
Postar um comentário